quinta-feira, 1 de setembro de 2011

[O barco]
Olha, eu sei que o barco tá furado, e eu sei que você também sabe. Mas queria te pedir para não parar de remar, não. Por que te ver remando me faz não querer parar também.

Caio Fernando Abreu

domingo, 14 de agosto de 2011

[Pai...]

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

[Black]

"And I'll go back to black..."

domingo, 24 de julho de 2011

[Praia do Meio, Natal - RN]

O nosso amor não vai parar de rolar

De seguir e fugir como um rio

Como uma pedra que divide o rio

Me diga coisas bonitas

O nosso amor não vai olhar para trás

Desencantar nem ser tema de livro

A vida inteira eu quis um verso simples

Pra transformar o que eu digo

Rimas fáceis, calafrios

Fura o dedo, faz um pacto comigo

Por um segundo teu no meu

Por um segundo mais feliz

sábado, 14 de maio de 2011

[Como peças de Xadrez...]
E eu sei, que tem suas defesas e seus escudos… eu sei.
Espero de braços abertos para que deixe-me mostrar que não precisa deles comigo. Não comigo

sexta-feira, 22 de abril de 2011

[Pelas ruas de Natal...]

Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã

Eu vi a buganvília de noite junto ao lago
a molhar o seu sorriso
Sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido

Eu vi a buganvília a fazer do teu vermelho
um bordado marinheiro
quando encontras o sol no branco da cal
te pões de amarelo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

[Em algum lugar a muito tempo...]
O passado está escrito
Nas colunas de um edifício
Ou na geleira
Onde um mamute foi morrer
O tempo engana aqueles que pensam
Que sabem demais que juram que pensam
Existem também aqueles que juram
Sem saber
O tempo passa e nem tudo fica
A obra inteira de uma vida
O que se move e
O que nunca vai se mover...